Eu, mestranda #4

>> quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Acabou! Acabou! Acabooou!

- Como assim, Bruna, já podemos te chamar de Mestre Laranjinha?

Não, ainda não, ainda não defendi a dissertação na banca pra ganhar oficialmente o grau. Mas, fiz o mais difícil: encontrei o ponto final do meu texto!

(Confira os outros posts da saga "eu, mestranda": partes um, dois e três.)

No último post, nos idos do mês de março, estava eu choramingando sobre a pressão de ter que escrever - só isso. Seis longos meses depois, aqui estou eu, livre leve e solta, feliz da vida de ter achado o bendito ponto final! 

De março pra cá eu passei por todos os bloqueios criativos possíveis. A ideia inicial seria terminar de escrever em maio ou junho, mas eu não consegui. Planejei pra mim mesma um mês de férias quando tudo passasse - um mês longe de tudo e de todos, completamente away! Foi daí que surgiu a ideia do mochilão que eu fiz mês passado. 

Combinei isso com meu orientador: tiraria o mês de agosto inteiro de férias. Então, o meu prazo pra terminar o texto ficou sendo dia 31 de julho. Antes disso terminei, enviei pra ele - e fui embora, fui viajar, com a consciência tranquila e pronta pra esquecer de todas as minhas obrigações por aqui. 

Quando voltei, meu orientador já havia lido tudo, e me devolveu o texto com algumas poucas modificações que eu deveria fazer: as últimas, pelo menos em questão de conteúdo. Nesse último fim de semana trabalhei nelas, tive minha última madrugada dissertativa, depois minha última reunião com orientador, e ontem, num fatídico onze de setembro, eu entreguei minha dissertação, impressa e pronta pra ir pra banca.

E agora?

Agora eu devo providenciar alguns trâmites burocráticos: pedir autorização pro departamento pra montar minha banca, convidar oficialmente os professores, e marcar a data da defesa, que deve ser daqui a pouco mais de dois meses, durante um evento do meu departamento sobre o "meu" teórico, Bakhtin.

Morte e Liberdade na obra de Erico Verissimo:
O prisioneiro e Incidente em Antares
em perspectiva bakhtiniana
E por que que eu já tou comemorando se eu ainda nem defendi? Porque eu não tou comemorando o título de mestre, que ainda não veio - e pode nem vir, vai que a dissertação não é aprovada? Tou comemorando o fim das noites em claro, de ir dormir de madrugada e acordar cedo no outro dia pra trabalhar, de ter que dizer pros amigos "não, não posso sair, tenho que escrever nessa noite, tenho reunião com o orientador, tenho livro pra fichar"! 
Tou comemorando o fim da angústia de pensar "será que eu vou conseguir achar meu ponto final? será que vai ficar bom? será que eu vou conseguir concluir minha ideia?" 
Tou comemorando o fim de um trabalho que deu muito trabalho, mas que ficou bom! Do qual eu me orgulho! (e espero que a banca concorde com isso, rs). Que gerou em mim muita ansiedade, mas que eu fiz com prazer - afinal, é de literatura que eu gosto!

Enfim, tou comemorando minha liberdaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaade! - mesmo que ela dure pouco, porque logo, logo eu vou acabar achando outro compromisso, como estudar prum concurso, aprender uma língua, estudar pra seleção do doutor... ér, não, isso não!

Por isso quero aproveitar bem esse momento de leveza, satisfação e alegria! Porque ele é muito gostoso e não dura muito! 

Desde já fica todo mundo convidado pra defesa, que ainda não tem data, depende da data do Seminário de Literatura e Cultura do TEL.

Essa seria a hora em que eu agradeceria pessoas, mas já fiz isso na própria dissertação.
Seguem eles, os agradecimentos, logo depois da dedicatória (e não poderia ser diferente!) aos meus pais:

Para Célia e Jair,
com amor e gratidão.

AGRADECIMENTOS

Esta dissertação é a conclusão de um percurso crítico-literário iniciado ainda na minha graduação, na disciplina de Literatura Brasileira Contemporânea, então ministrada pelo Prof. Dr. Augusto Rodrigues. Não agradecer nominalmente a cada consciência em parte responsável pelo resultado desses dois anos de muito trabalho seria silenciar monologicamente as vozes que reverberam a cada linha desta dissertação. Assim, agradeço:
A Célia, minha mãe e maior entusiasta, pela dedicação amorosa que nunca me faltou, pela torcida que jamais duvidou do meu sucesso, pela companhia nas minhas noites insones.
A Jair, meu pai e primeiro professor, pelo conselho amoroso de pai e criterioso de mestre em literatura, pela leitura atenta e valiosas sugestões ao meu trabalho.
A Marília e Vinícius, meus irmãos, pela infância compartilhada, pela admiração e respeito ao meu trabalho.
Aos amigos de infância, especialmente Gabriela e Diego, pela presença de sempre.
Às amigas e aos veteranos do curso de Letras, especialmente Ana Clara, Juliana, Hayane, Laís, Marcos Vinícius, Newton e Amanda, pelo companheirismo durante a graduação, e pela amizade que dura depois dela.
Aos amigos da Salsa-UnB, especialmente Rayanne, Jhonathan, Priscilla, Danilo, Leonardo, Thayana e Ana Maria, pela descontração física e espiritual que há anos me ajuda a manter o equilíbrio emocional nos momentos de maior tensão.
Aos amigos da igreja, especialmente Susane, Thiago, Jamara e João, pela torcida e preces àquele que é a Consciência de todas as consciências.
Aos colegas de trabalho do Ministério da Saúde, especialmente Paula Kareny, Antônio, Conceição, Fabiana, Viviane, Tatiana e Natália, por compreenderem e apoiarem as demandas de tempo e dedicação dos meus estudos desde a seleção do mestrado.
Aos professores do Curso de Letras-UnB, especialmente Gilson Sobral, Ana Laura Correa, e Raquel do Valle Dettoni, pelas lições de compromisso com o ensino, com a linguagem e com a literatura.
Aos colegas e amigos da Pós-Graduação, do grupo de pesquisa Literatura e Cultura e do Grupo Literatura e Inacabamento, especialmente Stephanie, Ariadne, Pedro, Lara, Luisa, e Ana Clara, pelas enriquecedoras discussões sobre o pensamento bakhtiniano e pelas conversas sobre este trabalho.
Ao corpo docente do Programa de Pós-Graduação do TEL, especialmente os professores Sara Almarza, João Vianney e Elga Laborde, pelas orientações na feitura dos artigos das disciplinas que facilitaram a escrita da dissertação.
Ao mestre Augusto Rodrigues, por me apresentar Erico Verissimo, Bakhtin e os diálogos dos mortos. Pela partilha generosa de suas leituras, por ser meu primeiro leitor dedicado, pelo companheirismo e pela franca amizade que construímos ao longo desses quatro anos de convivência e parceria.
Aos membros da banca examinadora, pela disponibilidade em ler meu trabalho e pela atenção dispensada a esse exercício dialógico em que nossas leituras se cruzaram.
Aos mortos tagarelas que me acompanharam nesses quase quatro anos, e hão de sempre me acompanhar: Erico Verissimo, Mikhail Bakhtin e Machado de Assis, por me apresentarem o mundo no qual viveram e agiram, por seus discursos que modificaram e ampliaram meu modo pessoal de conceber a realidade e a literatura, enfim, por estarem, para mim e para os que pensam literariamente, vivos, irremediavelmente vivos.




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depois de um hiato #2

>> segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Um mês em viagem, um mês sem atualizar o blog. Contra as previsões mais pessimistas, cá estou eu, sã e salva - e com mais histórias para escrever do que nunca!

São tantos os assuntos sobre os quais eu quero escrever, que nem sei por onde começar. Chego a pensar que o melhor é guardar todas as minhas reflexões comigo, no meu silêncio, pra que elas não percam força ao serem transpostas para palavras que, agora me parece, serão insuficientes. Talvez eu faça mesmo isso. Talvez eu publique o meu diário de viagem na íntegra. Mas por enquanto, a ideia do silêncio é a que me atrai mais. Primeiro sinal de mudança.

***


Na solidão do deserto não há pra onde fugir: ganham força todas as vozes que os ruídos constantes da cidade sufocam dentro da gente.

***

A partir de amanhã, volto pra rotina de trabalho e mestrado. A rotina é a mesma - eu não. Mas eu sei que muitos dos pensamentos que germinaram durante a viagem precisam do terreno tranquilo da rotina para florescer. Os próximos meses serão de colheita. E de mais trabalho. Trabalho para lapidar as ideias, enformar as palavras, quebrar a cabeça pra achar a expressão exata de tudo o que eu senti e passei fugindo dos clichês - pelo menos dos mais óbvios.

Mas - preciso escrever isso - estou feliz! Me sinto bem, me sinto forte, me sinto corajosa! Sinto que já não há nada que eu não possa fazer (droga! fugir dos clichês mais óbvios vai ser mais difícil do que eu pensava!)
Tenho uma esperança e uma fé no futuro que são quase palpáveis. E isso é bom! Quero transformar isso em texto, em alimento pro blog, mas ainda não sei como. 
Convido meus queridos leitores - se é que os há - a ver nos próximos dias como eu me saio nessa tarefa.





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