A poesia tem folhas verdes

>> quarta-feira, 31 de março de 2010


Nunca me dei muito bem com poesia. Poesia contemporânea, então! Blablabla metido a moderninho. Esse post conta minha subida ao Parnaso.


Aula de Leitura Crítica de Textos, a professora passa o trabalho: Fazer uma análise crítica do texto "O Crepúsculo tem folhas verdes", de um tal de Fabrício Carpinejar. CarpineQuem? Poeta contemporâneo, é do Sul. Ah, tá. Vamos lá, precisamos de nota. O texto vc vai ler aqui: http://wwwrespingosadelia.blogspot.com/2010/01/nas-primeiras-horas-o-crepusculo-tem.html
E descobrir quem é o autor aqui: http://www.carpinejar.com.br/

E aqui, minhas pazes com a poesia. Obrigada, @CARPINEJAR.

Quando li o texto, pensei que tivesse sido escrito por uma mulher. Quando falamos desses temas – o amor, a liberdade -, o gênero de quem escreve faz diferença, e parece estar presente no sentido que cada palavra possa vir a ter. Por isso, acredito que apesar de ter sido escrito por um homem, o eu-lírico seja uma mulher. Uma mulher segura e independente – tanto que as amigas a veem como referência e pedem conselhos. Conselho sobre Liberdade. Como exercitar a liberdade! A que tipo de pessoa perguntaríamos como exercitar a liberdade? A alguém que julgássemos livre, em primeiro lugar. E que desconcertante seria descobrir que, para essa pessoa a quem julgamos livre, a liberdade não é necessária! E que, talvez, nem exista de fato, já que “a única liberdade”, “é o amor”. O amor, que subjuga vontades, que nos faz “estreitos, rentes, estreitos”, alienados. O amor, que nos inspira pensamentos tão “repetitivos" que mais lembram um "confinamento de boca”: o silêncio, a repressão das palavras! O amor seria, então, e a um só tempo, uma “atitude intuitiva, involuntária”, como buscar o colo da mãe, e não o do pai, quando se é criança e tem-se medo, e um sentimento inexplicavelmente desejado. Mesmo tendo a opção de “exercitar a liberdade”, o único ato realmente livre, é a escolha da prisão do amor. Escolhemos “algo que nos arranque de nossa independência. Algo que a gente não explique e aumente a queimadura”. Algo que intensifique o fogo abrasador que queima, ao mesmo em tempo que fascina, escolhemos o amor.

Mas, que o leitor não se engane e acredite que a “Idéia” desse amor é suficiente. Assim como se é dominado por esse amor, exige-se algo em troca, a posse também é importante, talvez até fundamental: “Prefiro perder a cabeça para ganhar o corpo.”

Contraditoriamente, o que nos deixa dependentes de outro, aprisionados por outro, que nos torna frutos com medo da solidão – “O pássaro é um fruto que voa. Ele voa para não apodrecer sozinho.” –, é também um sentimento que nos deixa profundamente egoístas – “Só se escuta a própria voz ou os outros quando repetem o que pretendemos escutar.” -, em que o sentido da Palavra, dessas “mãos” que “chovem nas calhas dos lábios”, é transformado a gosto do que julga que é livre, que é amante, que é egoísta.







Enquanto a finalidade da vida da amiga possa ser alcançar a Liberdade, a do eu-lírico é não ser só “Um asilo de ventos”. É envelhecer ardendo, sem nada entre ele e o sol, entre ele e aquilo que “aumenta a queimadura”. O solo, a terra, não corrói, não deteriora: completa. O crepúsculo tem folhas verdes. O fim é um novo começo.

1 comentários:

Unknown 5 de janeiro de 2011 às 01:26  

que lindooo!!!

a poesia tem esse poder!!

;D

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