Não existe amor em BsB II
>> domingo, 3 de novembro de 2013

Nuble-se o céu, apaguem-se as luzes, e você é só uma tentativa de cidade, Brasília. Um esqueleto opaco e vazio.
Você não tem encanto natural, você não tem história. Sua forma não é obra do tempo - nem do geográfico nem do humano. Você é forjada, eu sei.
Eu sei porque sou como você: inventei meu céu e minhas luzes. De palavras me cubro, como elas me disfarço, num eficaz jogo de luz e sombras.
Somos, Brasília, filhas da nossa vontade. A despeito desse concreto mal acabado, desse mármore empoeirado, dessa aridez desértica, dessa carência de atrativos naturais, dessa falta de talento meu e de umidade sua, quisemos ser, artista eu, cidade você.
E nos servimos de palavras e céu azul, de sintaxe e refletores, naturalizamos o artificial, resistimos ao tempo e às comparações, insistimos em ser, artista eu, cidade você.
E nos servimos de palavras e céu azul, de sintaxe e refletores, naturalizamos o artificial, resistimos ao tempo e às comparações, insistimos em ser, artista eu, cidade você.
2 comentários:
Saudade de ti Laranja! :D
Cara virei seu fã, essa é a mais perfeita definição de Brasília !!
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