Tenho fases como a Lua

>> segunda-feira, 25 de abril de 2011

É roubando o versinho da colega Cecília que eu venho escrever mais um bocadinho.

Querendo cristalizar velhas emoções em novas palavras, percebi que as coisas acontecem muito mais rapidamente do que eu possa escrever aqui, ou em qualquer lugar. Só de uma semana pra cá já vieram sementes de palavras sobre o fascínio pelo caos paulistano, sobre a boa surpresa de ter conseguido uma amiga em dois dias e um forró, sobre a presença sufocante da minha rotina, sobre o medo de não estar realizando minha verdadeira vocação: comunicar, sobre a necessidade de me afastar de tudo, e, ao mesmo tempo, sobre a necessidade de estar sempre com o coração aquecido pelo amor, como ele está agora...

Na verdade, a comparação poética do meu eu-lírico está totalmente equivocada: a lua, mesmo misteriosa, é metódica, responsável, dela dependem as marés, nela confiam os pescadores e os esotéricos.

Pobres mares que dependerem de uma definição de minhas fases pra direcionar suas correntes...!

Então, o que fazer, se o que eu quero é escrever, se o que eu preciso é escrever? Aprender a compartimentar essas emoções e guardá-las, preservá-las, com os toques artísticos que a memória ou a imaginação possam lher conferir... E, quando escrever for preciso, buscá-las, (já que estamos em tempos tecnológicos: acessá-las com um clique!) e compensar a falta da vivacidade daquilo que acabou de acontecer por um toque de reflexão de quem lembra com saudades do momento que não é o agora.

Tenho fases como a lua? Tenho cores como o arco-íris? Tenho pastas como o PC? Tenho camadas como a cebola?

A imagem fica a gosto do caráter do amigo leitor -se mais ligado às poetisses, se mais apegado às tecnologias, se de gastronomia mais entendedor.
A definição que mais gosto é "sou outro de mim mesmo". (estão aí as aspas, estão aqui os parênteses, que não me deixam mentir)

Que as palavras não jorrem da lembrança vívida do que aconteceu há pouco, tudo bem. Mas que nem por isso se calem. Mesmo que sacrifiquem sua verdade em favor da ficção, que ainda sejam materializadas, que ainda aconteçam. Que ainda sejam palavras.

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