pra não dizer que não falei de amor

>> segunda-feira, 23 de maio de 2011

A pouco mais de duas semanas do dia dos namorados, tô pensando em preparar uma série de posts sobre a temática que mais ocupou letras de músicas e páginas de romances desde que o mundo é mundo: o Amor. Aliás, o “Amor” com letra maiúscula não, mas o amor. Esse amorzinho nosso de cada dia, da minha vida, da sua vida, das inúmeras histórias que eu tenho acompanhado desde a minha (fracassada) primeira experiência como conselheira amorosa.

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O conceito de “amor” não é universal nem absoluto. É, claro, cultural, e variaTristão e Isolda é a grande história de amor que serviu de molde pras que se seguiram: um amor inesperado e  impossível que enfrenta todos os obstáculos e só se realiza plenamente após a morte. (tentador, hein?) Com o passar do tempo, a galera percebeu que esse negócio de ter que morrer pra poder amar era muito dramático e achou que um "e foram felizes para sempre" seria mais apropriado.

O ideal do amor romântico, que ainda era novíssimo, invadiu umas das instituições mais antigas das sociedades – o casamento – e aí todo mundo achou que tinha que se casar, necessariamente, com a pessoa que amava, ou seja, o ideal de felicidade seria aliar prazer,  manutenção da espécie e posição social. Aí surgiram os primeiros psicólogos e livros de autoajuda da humanidade. (true story)

Enfim, o amor romântico entrou de tal forma na cultura ocidental que virou o único tipo de amor verdadeiro, o amor ideal. Hoje, é impossível pr'aquele que foi criado na cultura ocidental não desejar, sequer por um momento, ser a Isolda de algum Tristão e vice-versa (menos a parte de morrer). O nosso amor romântico é tão "propagandeado" que não vê cor nem credo: todos querem amar e ser amados, todos acreditam mesmo que tem esse direito, que é assim que deve ser - que a realidade que for diferente desse ideal é e sempre será a segunda opção. Mudaram até os protagonistas desse amor - se antes eram exclusivamente homem/mulher, agora podemos encontrar as variações homem/homem e mulher/mulher - mas o tipo de amor que se busca é o mesmo. (até quando?)

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O review histórico foi só pra dizer que as coisas não foram sempre como a gente as conhece, logo, muito provavelmente, elas não serão sempre assim, mas, por enquanto é isso aí: o amor romântico domina as paradas de sucesso, os blockbusters do cinema, o horário nobre na TV, os nossos sonhos de mocinha e os powerpoints que a gente recebe por email. É ele o paradigma – contra ou favor, acreditando ou não, é em relação a ele que você tem que se posicionar, do qual você pode até falar mal, mas que é impossível simplesmente ignorar.


Já que não tem pra onde fugir, convido vocês a acompanharem os próximos posts com as minhas histórias inventadas, as que eu roubei dos meus amigos, e as minhas próprias (ninguém precisa saber qual é qual, meu amigo, por favor, não se entregue nos comentários). São histórias sobre como a gente idealiza esse Amor e o quanto essa idealização afeta a nossa realidade tão distante dos príncipes e princesas da Idade Média, e sobre como as segundas opções - as alternativas a esse amor ideal, os amores possíveis, são muito mais divertidos.



3 comentários:

Kelly Regina 23 de maio de 2011 às 11:12  

Perfeita como sempre... E cada dia melhor...
Adorei! e dessa vez não poderia deixar de cometar.
bjo

Citrus sinensis 23 de maio de 2011 às 23:50  

Oooi, kelly, qto tempo! Brigada pelo comentário! Acho que a "nossa" história vai acabar entrando aqui também... hehehe beijo!

Kelly Regina 25 de maio de 2011 às 11:35  

E eu estarei aqui acompanhando pra ler...bjo gata!

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